Patentes de Software: profunda tristeza…

É com profunda tristeza que tive hoje conhecimento que uma empresa portuguesa (que não identificarei excepto sob mandato judicial) está a ser ameaçada por piratas, perdão… pelos seus investidores (que desconheço quem são), para registar patentes de software.

A aflição da pessoa que falou comigo traduz nas entrelinhas que ou o faz, ou perde o dinheiro dos piratas, perdão, dos investidores. Isto é uma ameaça.

Se fosse eu, iria para público denunciar a empresa como estando a coagir um negócio legítimo ao registo de patentes ilegítimas, e recomendaria que ninguém mais fizesse negócio com eles, e mudasse de piratas, perdão, de investidores. Mas eu sou assim e não posso, nem tenho esse direito, exigir que o façam. Tenho pena que não tenham conseguido desenvolver-se o suficiente para agora se expurgarem dos piratas, perdão, das sanguessugas, perdão, dos investidores.

Tinha de desabafar, é nojenta a forma como ter muito dinheiro para investir, e a falta de vontade de fazer um negócio legítimo, leva certas pessoas a almejar o máximo lucro, mesmo que para isso tenham de corromper pessoas decentes sob pena de lhes cortarem as pernas.

Todo e qualquer comentário relativo aos piratas, perdão aos investidores, neste artigo é 100% meu.

Putin: O Problema Orgânico

Aqui há algum tempo, meio mundo (português pelo menos) gozou com a “República das Bananas” que seria a única forma compreensível de isolar uma praça tão frequentada como a Praça Vermelha para o José Sócrates fazer jogging pela manhã.

Notoriamente, o mesmo gozo deveria ser dado à nossa “República das Bananas” que com tanta crise económica viu esta manhã os cidadãos trabalhadores perderem duas ou três horas de produtividade à conta da devolução do favor.

Engraçado foi o que disseram no Oceanário, visitado pelo Vladimir Putin: à televisão disseram tratar-se de problemas técnicos… mas algum funcionário com um pouco mais de humor disse a umas senhoras tratar-se de um “Problema Orgânico” 🙂

Agora admitir que estamos numa “República das Bananas” onde para tudo para um Tirano… ninguém o faz.

Deve ser a vergonha…

PS: com tanto Russo, Ukraniano etc… fugido da Rússia devido às suas (sem dúvida) excelente condições, confesso que tenho alguma dificuldade em acreditar que os aplausos noticiados não tenham sido encenados…

Ordem dos Médicos e a IVG

Apesar de se ter despenalizado a IVG até às 12 semanas, os estatutos da Ordem dos Médicos (OM) continuam a declarar como falta grave este acto.

Alguém denunciou na PGR e esta, após apuração dos factos, comunicou à OM que tem 30 dias para alterar voluntariamente os estatutos, ou verá os tribunais obrigá-la a fazê-lo.

A OM considera que a PGR foi arrogante e prepotente.

Olha-me que esta… então dão-lhes 30 dias de oportunidade para passar a cumprir a lei e ainda são chamados de arrogantes? A maioria das pessoas veria um polícia à porta a levá-lo para prisão preventiva…

É um escândalo. Piratas da sociedade!

Portagens nas SCUT até ao final do ano

É o Ministro Mário Lino quem o diz: o Governo vai introduzir portagens nas SCUT até ao final do ano.

Sr. Ministro: não está certamente a agir de forma alinhada com o interesse nacional. As auto-estradas em Portugal são uma vergonha nacional! Estive recentemente na Holanda, um país com metade da nossa área geográfica e cerca de 70% mais população, e na Bélgica, onde pude testemunhar que a pior autoestrada por onde passei faria as nossas melhores ficarem embaraçadas de vergonha (o trabalho que é feito na A1 deveria merecer a perda imediata, por justa causa e com direito a compensação monetária, da concessão actual).

Perdi a conta das vezes em que vi “Perigo Curva Perigosa”+”Velocidade Limite 100Km/h” na troca de uma auto-estrada para outra.

Iluminadas em praticamente toda a sua área, com limitação de velocidade com sinais digitais (para em caso de acidente ou filas condicionar o trânsito a uma velocidade menor)…

São gratuitas, Sr. Ministro… devo ter feito cerca de 1400 Km durante as minhas férias em autoestradas na Holanda e na Bélgica e não paguei nenhuma portagem!

São gratuitas, Sr. Ministro, gratuitas!

Acabem lá é com outras vergonhas nacionais (das quais o programa e-Escolas até consegue não ser das piores mesmo estando a beneficiar ilegalmente a Microsoft) que já vão ver como sobra dinheiro…

Vendido, recompensado, e pessoa a evitar de futuro.

Depois de esconder umas declarações “bombásticas” do Vítor Santos da Microsoft, a pedido do mesmo, o Alcides Fonseca foi prontamente recompensado com um presente: ser um Microsoft Student Partner.

Não é um “mslover”, diz Alcides… no entanto ataca o Software Livre, e de formas bastante viscerais. Pergunto-me se o texto sequer será totalmente original dele ou se recebeu um conjunto de talking points dos seus mentores na Microsoft…

Análise do artigo dele:

Everyone knows I’m not a fundamentalist and I’ve been contributing to Opensource.

Fica prontamente estabelecido no seu artigo, que todos os que discordarem da sua opinião são fundamentalistas. E embora o termo “fundamentalista” não seja de modo algum insultuoso (significa alguém que se mantém fiel aos seus fundamentos), a conotação frequente que acarrecta (em grande parte graças à manipulação dos mass-media) coloca-nos imediatamente na cabeça a imagem de um perigoso bombista disposto a morrer levando mais uns tantos infiéis junto consigo.

A utilização de termos deste género é tudo menos inocente: tem o objectivo de descredibilizar um opositor.

I believe both OpenSource and Proprietary Software should co-exist.

Frase absurda das últimas décadas. O modelo do Software Livre (SL) assenta na concessão de direitos adicionais (aos já concedidos pelo Direito de Autor) aos utilizadores. O modelo do Software Proprietário (SP) assenta na restrição (ainda maior que a já concretizada pelo Direito de Autor) dos direitos dos utilizadores.

A fama e apreciação crescente de um modelo onde são acrescentados direitos provoca inegavelmente o declínio e a ruína de qualquer outro modelo, a menos que sejam colocadas barreiras que impeçam o movimento do Software Livre de se desenvolver ainda mais (já lá vamos tocar neste ponto pois nem isso ficou esquecido pelo Alcides…).

However I do not believe in Free Software (as described by Richard Stallman), he thinks all software should provide the users the freedom to use it, to edit it and to share it.

O culminar da sua primeira frase:

  1. define que aquilo que não é o que acredita são fundamentalistas. Até se faz passar por alguém presente na comunidade dizendo que até faz contribuições (quais? em que valor?)
  2. declara que os que pensam que todo o software deve providenciar as liberdades que o Software Livre concede é algo em que não acredita (os fundamentalistas)

Well, let’s imagine I own a software house and I make this applications with this incredible algorithm. I spent one year paying for developers to study and come up with my product. I would want to make it profitable, so I have to sell it as a closed-source product.

Abuso de tautologia.

A tautologia dominante é claramente a do génio esfomeado.

Primeiro é um génio! Tira do nada (para quem não sabe, a inovação na informática é incremental e não tirada de um manual de magia) um algoritmo incrível, quase so faltavam os pontos de exclamação em excesso, ie mais que um, tal qual coelho tirado de uma cartola. Pura ficção.

Depois, claro está, o algoritmo é tão complicado e genial que é incapaz de o escrever num idioma de programação e tem que pagar a uma equipa de programadores durante um ano para o estudar e tornar num produto. Outra ficção.

O que se prova destes dois passos, é que Alcides não fala de nenhum algortimo mas de uma ideia incrível, uma vez que passar de um algoritmo a código é uma tarefa trivial e não necessita sequer de uma equipa de programadores.

Mas ter ideias no mundo da informática é trivialmente fácil (passe o pleonasmo). Ao ver um problema informático, qualquer programador que se preze deve conseguir chegar a uma solução para esse problema (vamos colocar de parte os casos P vs NP Complete, que são casos bastante à parte), mesmo que essa até seja a pior possível.

Só que um programa de computador não é uma ideia nem depende de uma ideia. É a combinação de milhares ou mesmo milhões de pequenas ideias. A visão de uma ideia corresponder a um programa nem sequer é implementável quando se aprende a programar. Começamos logo por aprender ideias base sobre as quais vamos assentar novas ideias, mas que têm de ser incluídas para que a nova ideia funcione. Inovação incremental. Passo de magia? Bem longe disso!

O diabo está no detalhe. Quando se combinam ideias num programa informático, a verdadeira dificuldade e arte está no domínio do idioma de programação escolhido para a expressar, e na capacidade de escolher o idioma que melhor permite expressar a ideia original.

Esse trabalho é tão único e individual como a forma como descrevemos um conto que nos acabaram de contar.

  • Quem nunca jogou aquele jogo onde nos colocávamos em fila e o primeiro dizia ao ouvido uma frase sem a repetir. O segundo deveria repeti-la ao terceiro e por aí em diante. Quando se chega ao final, por vezes a frase nem tem nada a ver com o original.
  • Quem nunca teve de fazer um desenho sobre um determinado tema, ou uma estatueta em barro na escola? Repararam como cada um desenhou ou moldou à sua maneira?

Então porque é que só há uma forma de exprimir a ideia incrível? E porque é que a tem de tornar lucrável? Porque é uma empresa de software? AHA! Lá está, Alcides apenas é capaz de ver como modelo de negócio aquele em que obtém lucros privando outros dos seus direitos.

Este modelo está em morte lenta, e vai acabar, mas há sempre quem queira fazer de conta que é um modelo moralmente correcto quando não é. Tudo o que é feito para trazer vantagem a uns à custa de exercer poder sobre outros não é moralmente correcto. Pode ser legal, mas a escravidão de seres humanos também já o foi.

If someone needs this special feature, or improvement, I would be happily to sell a special version to them.

Olha que esta, curiosamente é precisamente esta uma das formas de fazer dinheiro com Software Livre. E até é mais vantajosa uma vez que não necessitamos cobrar licenciamentos a terceiros quando reaproveitamos software já existente, reduzindo o custo final para o utilizador.

Aliás, mais de 90% do software escrito no mundo é software escrito à medida, ou por empresas que têm os seus próprios programadores, ou por empresas que foram contratadas para o escrever. Este modelo de negócio é um dos vários modelos que melhor se adaptam ao Software Livre. Se as alterações forem particularmente interessantes, a probabilidade de reduzir os custos de manutenção através da integração no software original é extremamente elevada, permitindo à empresa concentrar-se no que faz melhor.

That’s the way of making enough money to cover for the investment.

E tão válido para um modelo como para o outro. Mas o modelo do Software Livre assenta em vários pilares, um deles precisamente o da livre modificação de software, permitindo a (poucas) empresas desenvolver código à medida de (muitas) outras.

A ilusão que o Alcides está a tentar transmitir é a ilusão que a Microsoft nos tenta impingir: que isto só é rentável com software proprietário. Vão mas é fazer uma sondagem de quantas pessoas são capazes de programar e depois digam-me se a rentabilidade depende mais do monopólio da plataforma ou da capacidade de responder às reais necessidades dos clientes…

Sim… porque são estas que interessam e não as dos fornecedores. Os fornecedores respondem às necessidades dos clientes por uma certa quantia e não o contrário. Como os clientes não são, em quase todos os casos, alguém interessado em programar tudo (não quero programar mais um processador de texto, por exemplo) ou sequer programar (software é uma das áreas mais out-sourced), evidentemente que estarão dispostos a pagar a alguém que faça algo que necessitem.

If I had released it in opensource, I could have saved 75% of the time with external help from other programmers, but I wouldn’t make enough money, because some other company that had better implementation in the market would sell the service of setting up my application, and custom modifications. I wouldn’t like that.

Novamente palavras chaves “another implementation”. Na realidade o Alcides não está preocupado sequer com a sua solução. Ele quer que seja a única possível (ainda não é desta, já lá vamos). E um medo que apresenta é que se alguém pegar no software dele vai logo dominá-lo muito melhor que ele, e fazer modificações próprias.

Primeiro: se utilizar a GNU GPL como licença, nenhum concorrente poderá legalmente distribuir modificações do seu software às quais o Alcides seja impedido de conhecer, reintegrar no seu software original, e continuar a tirar proveito de ser quem escreveu o software, dominando assim ao máximo o futuro desse software.

Segundo, se a ideia for assim tão incrível, será muito complexo para uma outra empresa em tempo útil dominar mais o mercado possível do que ele com o software que escreveu.

O trabalho de estudar um software grande e complexo é quase tanto como pegar na ideia e implementá-la de raíz, logo o argumento que o Alcides nos atira aos olhos é tão insubstancial quanto as núvens.

Let’s make this analogy: when you go to the restaurant, you pay for the meal you have. Let’s imagine ti was a OpenSource Restaurant. You would choose from the menu, enter in the kitchen, see them cooking your meal, change the ingredients if you want. You might want to chop something for yourself, for example. You would pay just for the time it took for the cookers to prepare it, eat and take the recipe with you back home. Well this doesn’t happen. If this fancy restaurant has this fabulous dish and it’s the reason everyone goes there, they wouldn’t share the recipe with no other restaurant. Same happens with software code.

Esta analogia é engraçada. Primeiro parte de uma piada antiga e completamente irreal face à realidade actual do software em plataformas Windows, Macintosh ou GNU/Linux. E depois há uma quantidade enorme de palavras que estão omitidas, para só apresentar o aspecto negativo da coisa. Vou repetí-la acrescentando as palavras que faltam e corrigindo os erros:

Let’s make this analogy: when you go to the restaurant, you pay for the meal you have. Let’s imagine it was an OpenSource Restaurant. You would choose from the menulike in any other restaurant. You could enter in the kitchen, you could see them cooking your meal, you could change the ingredients if you want like in any other restaurant. You might want to chop something for yourself, for example.

A partir daqui já não faz sentido, e é tentar assentar sobre tautologias que já sabemos serem falsas:

You would pay just for the time it took for the cookers to prepare it

É normal pagar-se apenas pelo tempo tomado. A quase totalidades dos profissionais fazem-se cobrar por horas de serviço (mesmo num assalariado há um valor que é o que recebemos por hora, e é a partir deste que é estabelecido o valor mensal == X€*8h*Ndiasúteis).

Já não tem qualquer cabimento que seja tão convenientemente esquecido o tempo dos outros funcionários que fizeram a mesa, que mantém o restaurante limpo, etc, apenas para tentar fazer valer um argumento indefensável.

eat and take the recipe with you back home like in any other restaurant. Well this doesn’t happen. If this fancy restaurant has this fabulous dish and it’s the reason everyone goes there, they wouldn’t share the recipe with no other restaurant. Same happens with software code.

Não, o mesmo não acontece. No caso do cozinhar de um prato, a vasta maioria da população humana é capaz de o fazer (mal ou pior para a sua saúde), logo é uma arte enraizada na cultura dos seres humanos e que não está só no domínio de alguns. A maioria dos restaurantes é perfeitamente capaz de trocar receitas com os clientes. Até comigo, que não cozinho muito, já aconteceu isso. Recentemente, em relação à forma como se faz feijão preto para acompanhar uma picanha, que é trivial de fazer mas que um certo restaurante perto do meu emprego é absolutamente incapaz de o realizar mais que um par de vezes ao ano.

No caso do software temos um conjunto de pessoas muito pequeno que detém o poder de ditar a forma como interagimos com os computadores. Isto é imoral. Dentro de uma centena de anos (se tanto) acredito piamente que a programação irá certamente fazer tanta parte da educação de todos nós como o é hoje a cozinha. Algo frequentemente informal, mas que vem naturalmente da necessidade de interagir melhor com o computador.

However I do believe in OpenSource in some situations: In education, mainly in the informatics field

AHA! Afinal já nem é no “open source” que o Alcides acredita, é só no “open source” no ensino da informática, porque o resto já nem isso merece!

But if you demand a good support, you should think twice. Imagine a program that does something very specific this one guy has ever coded, and only a bunch of people use it. You need it for your enterprise, and you install it. Well if it has a bug and the developer has retired or has this awesome job and don’t care about it anymore? Hiring a company to guarantee the software quality wouldn’t sound so bad after all.

Portanto, empresas que vendem suporte ao Software Livre que vendem, como a RedHat, a Canonical, a SuSE, a Mandriva, a IBM, etc… são produtos oriundos da ficção de um viciado em LSD não?

O cenário descrito pelo Alcides apenas se aplica a más escolhas de software, vamos salientar algumas interessantes a partir das suas próprias palavras:

But if you demand a good support, you should think twice (before considering Microsoft, do they support Windows 2000 yet? Nopes, you’re out of luck!). Imagine a program that does something very specific this one guy has ever coded, and only a bunch of people use it (like say, for instance, Windows 2000). You need it for your enterprise, and you install it. Well if it has a bug and the developer has retired or has this awesome job and don’t care about it (Windows 2000) anymore? Hiring a company to guarantee the software quality wouldn’t sound so bad after all but you have absolutely nobody to do that for you, and you yourself are forbidden to do it by the licensing terms. Good luck!.

Another example where Free Software might probably fail: games. If games were opensource, the best players would be programmers that read the code (or change it) and hack into it, not those with gaming skills. The good thing about games is the difficulty it has to go to the next level. If it’s as easy as to change one number in the source code, It would not be fun as it is. But what about game platforms, they can be opensource right?

Tanga! Está de tanga! (Espero que o Durão Barroso não venha atrás de mim a exigir direitos.) A vasta maioria dos jogos populares são proprietários e (guess what) existem imensos patches binários e outros truques que permitem saltar de nível, obter poderes ilegais segundo as regras normais do jogo, etc. Completamente independente do acesso ao código fonte inclusive! É mais difícil de desenvolver, mas a maioria das pessoas não desenvolve, apenas corre a martelada. E até é bem mais fácil correr o programa manhoso obtido no astalavista.com do que compilar um jogo, sobretudo se estivermos a falar do Windows, onde o acesso a plataformas de programação é bem mais restricto.

Yes, I believe opensource platforms are better than closed ones, because they allow people who program on top of it to know how it works better and use it’s full potential.

Agora fiquei confundido, então depois de atacar visceralmente agora sai-se com as plataformas são melhores? Incongruências destas porquê? Será para… fundamentar a mentira velada que diz logo de seguida?

Guess what, seems like Microsoft thought the same and they are sharing .NET source code!

Vamos lá a descodificar a mentira, que é directamente alimentada pela própria Microsoft, e apenas mais um dos exemplos de como o Alcides se tornou um agente da Microsoft para corromper o plano estudantil onde se enquadra.

Primeiro enquadra-se como um defensor do “open source”. Depois ataca-o visceralmente. Por fim diz que as plataformas “open source” são melhores, e que a Microsoft partilhou o código fonte do .Net. Perceberam a mentira? É a mentira que a Microsoft tem vendido na forma de diluir o conceito de “open source” até significar “shared source”, porque o licenciamento que eles utilizam faz com que quem olhar para essa maravilha de presente envenenado deixe der poder contribuir para o Mono (palavra de Miguel de Icaza que tem responsabilidades na Novell sobre o projecto Mono).

Por fim, culmina na defesa das patentes de software, ainda que mascaradas de “durarem menos tempo”, o que é um argumento completamente fantasista uma vez que os acordos sobre patentes exigem que a duração máxima seja no mínimo 20 anos, tornando completamente num argumento tão irreal como discutir se 1+2+3+4+5+Estrela1+Estrela2 tem mais ou menos probabilidades de sair no Euromilhões que qualquer sequência aleatória (são exacamente iguais, as probabilidades):

On patents, I agree (…), but while in pharmaceutics you have 20 (?) years to get the money from your patent, before it goes “opensource”/generic, in informatics field it should be less, because everyone knows informatics evolve a lot more faster.

.

Não há qualquer justificação para patentes de software excepto pirataria, e tenho pena que o Alcides se tenha vendido de forma tão baixa à Microsoft. Recomendo que fujam a sete pés dele. Mil vezes um Vitor Santos da Microsoft é preferível a um vendido.

Expulso da via pública por não fazer mal nenhum!

Pois é, hoje estava eu muito calmamente e à sombra à espera de um colega que vinha no seu automóvel, de onde seguiríamos para o meu local de trabalho.

Estava eu, no meu entender em pleno direito, a 2 metros da passadeira, parado, de mãos nos bolsos, à sombra, lamentando não haver um banco porque ele estava atrasado quando eis que de repente vejo aproximar-se um Agente da Polícia de Segurança Pública, de metrelhadora ao peito, que me chama à atenção.

O diálogo abaixo é uma aproximação da realidade, não acho que valha a pena estar a tentar lembrar-me de todas as palavras exactas, nem toda a simpatia demonstrada pelo Sr. Agente, do qual não tenho queixa. Importa é o sumo da conversa:

— Não pode estar aí, diz ele.
— Porquê, que mal é que eu fiz?
— Não fez mal nenhum, apenas não pode estar aí parado, porque as câmaras (da Embaixada dos EUA, por cima do muro alto que estava atrás de mim) de filmar vêem-no aí, e depois da embaixada chamam-nos à atenção.
— Mas eu estou parado à sombra, ordeiramente, na via pública e à espera de um colega que me vem buscar, porque é que eu tenho de sair dali?
— São as ordens que temos.

Isto é fascismo. Lá tive eu de me deslocar até ao Agente da PSP que estava na guarita 150m a Sul, e perguntar se na frente dele podia ficar à espera.

— Não, aqui não pode. Mas se for para alí depois do sinal na esquina com a piscina já pode.


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Pedi a identificação do 1º Agente, bem como me identifiquei perante ele, e pretendo apurar responsabilidades.

Não se admite tamanho fascismo. Expulsar um cidadão de pleno direito da Via Pública é inadmissível!

Simpatia, sim, mas com a presença intimidadora de uma metrelhadora!

1984, Eurásia / 2007, Portugal

O Governo Português está a voluntariamente dar início à sua implementação da maior campanha de perseguição sistemática das comunicações dos seus cidadãos. Mas nem sequer se dão ao trabalho de disfarçar:

A obrigação de conservação de dados que agora se submete à Assembleia da República visa (…) os dados de tráfego e de localização, ou seja, os dados necessários para, por exemplo, encontrar a fonte de uma comunicação, a data, a hora e sua duração ou a localização do equipamento de comunicação móvel utilizado.

A principal cabecinha pensadora por detrás desta iniciativa Europeia foi o António Vitorino, Ex-Comissário Europeu responsável por esta Directiva Europeia, e membro proeminente do Partido Socialista.

Para quem precisa de uma lista itemizada para resumir:

  • Saber sistematicamente (obrigação de conservação):
  • quem tu és, (fonte)
  • onde tu estavas, (localização)
  • a que horas, (data e hora)
  • com quem comunicaste,
  • durante quanto tempo. (duração)

E-mail incluído…

Mas isto é aceitável, porquê?!

Se há directivas que deveriam ter um levantamento nacional contra a sua implementação, a 2006/24/CE é uma delas, e Portugal devia recusar-se a ordenar aos operadores de comunicações que pratiquem a perseguição contínua dos cidadãos.

Publi-Reportagem do Público pinta Sony como boa da fita!

Mais uma publi-reportagem no Público, desta vez de uma forma vergonha a transformar a Sony de vilão em herói, qual golpe mágico de bem-feitoria da sua parte ao retirar do mercado as pen drive Sony Microvaults porque «uma falha na instalação do produto que podia aumentar a vulnerabilidade do computador». O que o artigo não diz: não é uma falha na instalação do produto, é uma funcionalidade intencional da Sony para esconder ficheiros no seu computador com Windows.

Bad Sony! Não bastaram o rootkit nos CD’s, o DRM no jogo Bioshock, ainda por cima têm de instalar mais um rootkit com uma pen drive que à partida é para levar os nossos dados?

Vergonhoso, Público, por abdicar do trabalho de jornalismo para apenas passar press-releases sem qualquer trabalho jornalístico para além da tradução.

Brazil força licença barata de patente para tornar antivirais da SIDA mais baratos

Sim, “força licença barata” não é “quebra” como andam a papaguear algumas entidades noticiosas.

Porque o Brazil não quebrou nenhuma patente. A palavra “quebrar” está intencionalmente colocada para gerar uma conotação negativa com o acto humanitário ordenado pelo Governo.

O que o Governo Brazileiro fez foi criar uma licença de patente mais barata a contra-gosto dos detentores originais da patente. Isto porque no ponto de vista do Governo Brazileiro é mais importante os anti-virais serem mais baratos para ajudar os seus cidadãos, do que o lucro das farmacêuticas envolvidas.

Por isso quando espalharem esta notícia, ajudem o povo Brazileiro e reforcem que não ocorreu qualquer infracção da patente como as noticias tentam espalhar, mas sim uma licença mandatória definida pelo Estado, uma vez que não havia a cooperação das farmacêuticas para ajudar a resolver o problema da SIDA.

Parabéns Brazil, mais estados vos imitem, as farmacêuticas (esses verdadeiros piratas da sociedade) merecem-no!